O TikTok deixou de funcionar nos Estados Unidos na noite de sábado (18), pouco menos de duas horas antes da proibição da plataforma entrar em vigor.

Ao tentar acessar o aplicativo, os usuários se depararam com uma mensagem informando: “Desculpe, o TikTok não está disponível no momento. Uma lei que proíbe o TikTok foi aprovada nos EUA. Infelizmente, isso significa que você não pode usar o TikTok por enquanto”.

A legislação que impede o uso do TikTok foi aprovada no ano passado com amplo apoio bipartidário e sancionada pelo presidente Joe Biden. Os parlamentares alegaram que os vínculos do TikTok com a China e seu acesso a vastas quantidades de dados constituem uma ameaça à segurança nacional.

Vários usuários americanos relataram à CNN que estavam se preparando para a possível retirada do aplicativo, incluindo influenciadores e pequenas empresas que afirmaram depender da plataforma para seus negócios. No entanto, muitos ainda mantinham a esperança de que o aplicativo pudesse ser preservado de alguma forma.

Apesar disso, a Suprema Corte confirmou a proibição na sexta-feira (17), frustrando as esperanças de uma assistência judicial de última hora.

Enquanto isso, Trump — que alertou pela primeira vez sobre os riscos do TikTok há cinco anos — agora se coloca como o defensor da plataforma. No início deste mês, em sua conta no Truth Social, ele compartilhou dados sobre sua popularidade no TikTok e questionou: “Por que eu iria querer banir o TikTok?”

O CEO do TikTok, Shou Chew, se reuniu com Trump em sua residência em Mar-a-Lago nas semanas que antecederam a proibição e deve comparecer à posse de Trump na segunda-feira.

Prorrogação de 90 dias? A legislação aprovada no ano passado permite que o presidente adie a aplicação da proibição por 90 dias, mas exige provas de que as negociações para a venda do TikTok para uma empresa americana tenham avançado substancialmente.

No entanto, a proprietária do TikTok, ByteDance, recusou ofertas de possíveis compradores.

Após a decisão unânime da Suprema Corte em favor da manutenção da proibição, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, indicou que o governo não tomaria medidas para aplicar a lei no último dia de Biden no cargo.

Devido ao feriado federal e à posse, “as ações para implementar a lei devem ser responsabilidade do próximo governo”, afirmou ela.

No entanto, o TikTok não ficou satisfeito com essa posição. De acordo com uma fonte próxima ao caso, alguns fornecedores de serviços — como Google e Apple, que enfrentariam multas elevadas por permitir o acesso dos EUA ao TikTok assim que a proibição fosse implementada — informaram ao TikTok que acreditavam estar vulneráveis ​​sob a lei a partir de domingo.

Diante disso, o TikTok emitiu um aviso público, dizendo que seria “forçado a interromper o serviço” no domingo, a menos que o governo Biden fosse mais claro em garantir a não aplicação da lei para tranquilizar os fornecedores de serviços essenciais.

Funcionários do TikTok também foram comunicados pela empresa no sábado de que a situação era “desanimadora”, mas que estavam buscando uma solução.

Fonte: CNN