A Tenda Mata Verde João da Mata, Ilê Axé Larô Mobá Inã, terreiro de umbanda, foi invadido e depredado na Rua Domingos Teixeira de Macedo, em Atafona, distrito de São João da Barra, na madrugada de sexta-feira, 22.

Os proprietários do terreiro, Cacá Morsh e Victor, chegaram ao local pela manhã e encontraram imagens quebradas, além de roupas de santo rasgadas e o portão de chapa quebrado. Eles acreditam que a invasão pode ter acontecido na madrugada.

Em uma publicação no perfil do instagram do terreiro, o casal destacou que: “Os responsáveis pelo ato tiveram, claramente, a intenção de provocar o sentimento de insegurança e desrespeito à nossa comunidade pela fé que professamos”.

“Hoje, dia 22 de novembro de 2024, nós da Tenda Mata Verde João da Mata, Ilê Axé Larô Mobá Inã, fomos vítimas de um ato covarde de terrorismo religioso. Usamos esse termo neste comunicado, porque não se trata apenas de um ato de desrespeito ou discriminação às nossas crenças, mas sim uma ação que envolveu a violação da segurança da nossa casa de axé, depredação dos nossos símbolos religiosos e furto de objetos de valor. Os responsáveis pelo ato tiveram, claramente, a intenção de provocar o sentimento de insegurança e desrespeito à nossa comunidade pela fé que professamos. No entanto, continuamos com a nossa missão de levar o culto à nossa ancestralidade acima de qualquer evento de intolerância e violência. Nos momentos difíceis é que mostramos nossa fé, nossa força e a união da nossa família. Nossa seção de atendimento ao público hoje está confirmada, com os portões abertos para atender a todos. Que o sagrado nos abençoe sempre. Axé”, disse em comunicado Victor. 

O caso foi registrado na 145ª Delegacia de Polícia de São João da Barra.

As delegacias do estado do Rio de Janeiro registraram, em 2023, aproximadamente 3 mil crimes que podem estar relacionados à intolerância religiosa. Entre eles, houve 2.021 vítimas de injúria por preconceito e 890 por preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional. Os números fazem parte de um levantamento inédito do Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP).

Fonte: Jornal Parahybano