Não há problema algum em líderes sindicais desejarem uma carreira política para além das instituições onde atuam como representantes desta ou daquela categoria.

De certa forma, em ambientes democráticos saudáveis, é ótimo que pessoas que integram a chamada sociedade civil organizada sejam eleitas às câmaras municipais, assembleias estaduais, congresso e para cargos executivos.

O problema é misturar as estações e usar essas instituições representativas como trampolim ou ferramenta para fazer política partidária.

Isso tem um nome no meio sindical: aparelhamento.

O comportamento da presidente do sindicato dos servidores sempre foi das mais combativas.

Com isso, mobilizou sua categoria para reverter o caos no qual a administração Rafael Diniz deixou.

Rafael foi apoiado firmemente pelo grupo que faz oposição ao Prefeito atual, Wladimir Garotinho.

Até aí, nada de mais.

Esse movimento pela melhoria de salários e condições de trabalho, pela atualização de enquadramentos das carreiras, enfim da recuperação de perdas acumuladas, encontrou um Prefeito que recebeu a prefeitura sem caixa para rodar a folha de janeiro.

Após muita negociação e muito diálogo, sindicato e administração municipal hoje exibem um quadro bem diferente.

A situação é perfeita ou a é a que os servidores merecem por completo?

Talvez não.

Mas não é possível ignorar que houve recomposição salarial, enquadramentos, pagamentos de pisos nacionais (enfermagem e magistério), dentre outros avanços, como pagamento de bônus extra no fim do ano.

Na época do anúncio destas conquistas, foi possível ver o ouvir a sindicalista comemorar e agradecer ao Prefeito o empenho para atender a pauta da categoria.

O que mudou?

Bem, recentemente, a mesma presidenta do sindicato dos servidores, que até bem pouco tempo confraternizou com a administração, passou ao ataque, conclamando greves, apresentando uma pauta bem menor daquela que foi atendida na negociação.

Então, o servidor e o contribuinte (sim, aquele que paga o servidor)deve estar surpreso, senão indignado.

Como fazer greve por uma pauta bem menos importante que aquela que foi reconhecida, negociada e atendida, em sua completa maioria, pelo Prefeito?

O que está por trás disso?

Não é possível afirmar, mas a recente filiação da presidenta do sindicato ao PT, bem como o registro de imagens dela com deputada estadual da legenda e outros nomes da oposição municipal, autoriza a desconfiança de que o propósito dessa surpreendente e descabida radicalização é resultado desse projeto político partidário e pessoal da moça.

No entanto, o mais estranho de tudo é que a deputada, e o partido ao qual, agora, elas pertencem, o PT, não explicam porque servidores federais ficaram sem um centavo de reajuste.

Sim, a previsão de reajuste do PT e do governo Lula para 2024 é… zero.

Ou seja, apesar de serem esferas diferentes, o fato é que é bem mais fácil falar que fazer.

Por Diário Político