O prefeito de Cabo Frio, Dr. Serginho (PL), anunciou o estado de calamidade financeira no município, com validade de 180 dias. A medida foi adotada após a atual administração constatar um quadro preocupante nas finanças municipais, com dívidas que superam R$ 1,4 bilhão e diversas irregularidades.
Conforme informado pela Prefeitura, para garantir a transparência, as informações financeiras serão disponibilizadas ao público para consulta. Além disso, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) foi acionado para realizar uma auditoria nas contas da cidade e verificar possíveis irregularidades.
Durante o período de calamidade financeira, a gestão municipal explicou que seu objetivo é regularizar os serviços, equilibrar as finanças e iniciar uma nova fase de crescimento para Cabo Frio.
“Estamos empenhados em virar essa página e colocar o bem-estar dos cabo-frienses em primeiro plano. Cabo Frio será novamente uma cidade de dignidade e oportunidades para todos”, declarou Dr. Serginho.
A nova administração também afirmou que está focada em reorganizar as finanças e priorizar os serviços essenciais à população.
A Prefeitura também revelou as dívidas e irregularidades identificadas na primeira semana da gestão atual.
Dívidas e irregularidades
- Dívida consolidada: R$ 1,234 bilhão, podendo chegar a R$ 1,4 bilhão com restos a pagar não processados
- Folha de dezembro não paga: R$ 64 milhões em salários de servidores e aposentados pendentes
- Falta de recursos para salários: Apenas R$ 12 milhões disponíveis nos cofres, insuficientes para quitar a folha de pagamento
- Empréstimos consignados não repassados: R$ 6 milhões retidos indevidamente durante os meses de outubro, novembro e dezembro
- Dívidas com concessionárias: Valores elevados com a Enel e Prolagos comprometendo os serviços essenciais de água e energia
- Dívida de combustível: Aproximadamente R$ 600 mil, colocando viaturas e ambulâncias em risco de paralisação
Medidas emergenciais
Para lidar com a crise financeira, o decreto de calamidade estabelece as seguintes ações:
- Suspensão de despesas não essenciais: Somente gastos necessários para os serviços essenciais serão mantidos
- Auditoria completa: Solicitação de auditoria externa ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e revisão de todos os contratos e pagamentos anteriores
- Contingenciamento de 20% no orçamento: Cortes no orçamento das secretarias, exceto saúde, educação e ordenamento público, para reduzir despesas
- Plano emergencial de captação de recursos: Parcerias com os governos estadual e federal para aliviar o déficit financeiro
- Pagamento em dia: Compromisso de que as folhas salariais da atual gestão serão quitadas no mês corrente, com prioridade para a regularização da folha de dezembro deixada em atraso.
Servidores e serviços essenciais
O prefeito ressaltou que, apesar da situação crítica, os serviços essenciais como saúde, educação e ordenamento público não serão interrompidos.
“Vamos honrar os salários da nossa gestão e apresentar um plano para quitar a folha de dezembro. Não deixaremos os salários atrasarem enquanto estivermos no comando da cidade”, garantiu.
Fonte: G1