A CPI da Educação iniciada pelo ex-vereador Maicon Cruz, logo após o escândalo no Ceperj onde o mesmo teve assessores acumulando cargos por salários exorbitantes como fantasmas, foi motivo de chacota na sessão da Câmara de Campos, na manhã desta terça-feira (21). Além do então presidente da Comissão, Maicon ter diploma cassado pela Justiça Eleitoral após recontagem de votos, seu sucessor na CPI, Helinho Nahim, sequer apareceu para defender o relatório apresentado e que, em nada sugere irregularidades por parte da Secretaria de Educação, tampouco pelo então secretário da pasta, Marcelo Feres. O relator Igor Pereira também se retirou mais cedo, envergonhado.


Um relatório inconclusivo, após se arrastar por mais de um ano, não apontou nada de irregular nos processos licitatórios realizados para manutenção, reforma e ampliação das unidades de ensino da rede municipal. O motivo da CPI, segundo o então vereador, seriam licitações com valores suspeitos e compras com valores acima do mercado, porém, Maicon Cruz e demais membros da CPI não apresentaram planilhas que provassem quaisquer irregularidades, ficando ainda mais evidente o objetivo de tumultuar as sessões, defendendo inverdades quanto a lisura dos certames públicos.


A novela da CPI da Educação se arrastou por um ano e em nada somou aos trabalhos na Câmara Municipal, tendo sido uma possível forma do então vereador ganhar visibilidade antes de ser tirado de cena pela Justiça Eleitoral.


Maicon Cruz fez questão de citar no relatório o ranking do IDEB 2022, atingindo o calcanhar do governador Cláudio Castro e de seu aliado, o deputado Rodrigo Bacellar, ao declarar que o Estado do Rio teve o pior resultado na Região Sudeste do país, mas omitiu a colocação de Campos dos Goytacazes a frente de São João da Barra no ranking, sem levar em conta o fato de ter sido num período ainda de pandemia da Covid, onde muitos precisaram se adequar ao ensino remoto.


Vale destacar que enquanto se perde tempo com inverdades, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) já recebida pelo presidente Marquinho Bacellar, segue na Câmara sem ter chegado aos vereadores e sem data para apresentação num ano eleitoral, e pode refletir novamente, de forma negativa, no orçamento do município para o ano de 2025.