O controle da sífilis congênita foi o tema de uma reunião organizada pela Subsecretaria de Vigilância em Saúde (SUBVS) em colaboração com o Serviço de Obstetrícia do Hospital dos Plantadores de Cana (HPC) e o Centro de Doenças Infecto-Parasitárias (CDIP), realizada na última semana (4). O evento ocorreu na sede da SUBVS, que é responsável pelo monitoramento da doença na cidade.
A transmissão vertical (da mãe para o bebê) da sífilis ocorre durante a gestação ou no momento do parto. O principal objetivo da atual administração é eliminar a transmissão vertical da sífilis e, assim como aconteceu com o HIV, conquistar o selo de eliminação da doença junto ao Ministério da Saúde. Até o momento, em 2024, foram registrados 65 casos de sífilis congênita e 70 crianças expostas. Esse número é inferior ao de 2023, quando houve 127 casos e 11 crianças expostas, representando uma redução de quase 50%.
A reunião contou com a presença do diretor da SUBVS, o infectologista Rodrigo Carneiro, da enfermeira Sara Manhães, da coordenadora de Obstetrícia do HPC, Consuelo Chicralla, e dos assessores técnicos do CDIP, Constância Prestes e Leonardo Marques. O foco do controle da sífilis no município, especialmente em gestantes, é reduzir o risco de infecção nas crianças e o número de crianças expostas.
De acordo com Rodrigo Carneiro, o encontro teve o objetivo de aprimorar as estratégias para identificar gestantes e, principalmente, melhorar a notificação e a comunicação com a Vigilância em Saúde sobre as ações realizadas após a confirmação da infecção pela bactéria da sífilis (treponema pallidum).
“Essas gestantes são triadas durante o pré-natal em todo o município e, assim que identificadas como portadoras da bactéria da sífilis, nossa abordagem é modificada. As Unidades Básicas de Saúde e o Hospital dos Plantadores de Cana realizam o acompanhamento dessas gestantes e estão preparados para iniciar o tratamento da sífilis. Depois, o CDIP acompanha as crianças nascidas de mães diagnosticadas com sífilis, classificando-as como expostas ou com sífilis congênita. Nossa reunião serviu para aprimorar os mecanismos de busca e otimizar o fluxo de informações para o município”, detalhou.
SERVIÇOS NO MUNICÍPIO
As reuniões sobre o tema acontecem periodicamente. Atualmente, todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) realizam o acompanhamento de pré-natal e implementaram, desde 2023, o programa “Sífilis Zero”, que inclui a realização de testes e o tratamento com penicilina. No caso de gestantes que, por algum motivo, não realizaram o pré-natal adequadamente, a equipe da principal maternidade do município, o Hospital dos Plantadores de Cana, está capacitada para identificar essas gestantes e iniciar imediatamente o tratamento.
No ano passado, também foram realizadas capacitações com os profissionais de saúde da Atenção Primária e da maternidade, com foco na correta identificação de mães com sífilis e na classificação das crianças como expostas ou infectadas pela bactéria, facilitando o diagnóstico de sífilis congênita.
Fonte: Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes