• março 19, 2024
‘Vou tomar, não falsifica, por favor’, pede filha a investigado por fraude em cartões de vacina, que responde: ‘Você é muito corajosa’

O relatório da Polícia Federal (PF) sobre o esquema de inserção de dados falsos em cartões de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), familiares e aliados registra um diálogo curioso entre João Carlos de Sousa Brecha, ex-secretário de governo de Duque de Caxias (RJ), e sua filha.

Segundo a PF, Sousa Brecha era responsável pela execução da inclusão de dados fraudulentos em cartões de vacinação.

Em uma troca de mensagens de 19 de outubro de 2022 descoberta pelos investigadores, a filha do ex-secretário pediu ao pai que não falsificasse informações do cartão de vacinação dela.

“Papai, eu vou tomar a vacina do Covid segunda dose segunda, não falsifica, por favor”, solicitou a filha a João Carlos Brecha.

O então secretário de Duque de Caxias respondeu: “Tá bom, meu amor. Você é muito corajosa”.

A conversa consta do relatório da PF divulgado nesta terça-feira (19), após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirar o sigilo do material.

Segundo a investigação, a filha de João Carlos Brecha se referia à segunda dose da vacina, uma vez que ela já havia tomado a primeira dose do imunizante contra o coronavírus em junho de 2022 – o que foi comunicado por ela em um grupo de conversas no aplicativo de mensagens WhatsApp.

“Oi, gente, tomei vacina. Nem doeu”, escreveu no dia 13 de junho de 2022.

Para a Polícia Federal, as conversas entre João Carlos Brecha e a filha são mais um elemento que comprovaria que o ex-secretário de Duque de Caxias era responsável pela execução da inserção de dados fraudulentos de vacinação de diversas pessoas investigadas.

17 indiciados

Os investigadores apontam João Carlos Brecha como operador de inserções falsas em cartões de Mauro Cid, então ajudante de ordens do governo Bolsonaro, das filhas do tenente-coronel e também do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A Polícia Federal indiciou nesta segunda-feira (18) João Carlos Brecha, Mauro Cid, Jair Bolsonaro e outras 14 pessoas pelo esquema. O indiciamento não significa que os citados são culpados e serão punidos, mas, sim, que a polícia encontrou elementos que apontam responsáveis pelo crime.

Com o indiciamento, a investigação da PF será encaminhada à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se apresenta, ou não, denúncia contra os envolvidos.

O que dizem os citados

A defesa de Joao Carlos Brecha disse que não vai se manifestar sobre o indiciamento porque afirma que não teve acesso ao relatório da PF. O advogado informou também que vai pedir acesso integral aos autos e à delação de Mauro Cid.

Na época de uma operação da PF sobre o caso, realizada em 2023, Bolsonaro afirmou em entrevistas que nunca se vacinou contra Covid e que não houve adulteração nos registros de saúde dele e da filha.

Fonte: G1

  • março 19, 2024
Bolsonaro deu a ordem para emitir certificados de vacinação para ele e filha, disse Cid em delação

O tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), disse à Polícia Federal, em depoimento, que emitiu os certificados falsos de vacinação contra a Covid em nome de Bolsonaro (PL), em 2022, e da filha de 12 anos do ex-presidente.

Bolsonaro, Mauro Cid e mais 15 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal nesta segunda-feira (18) por fraude em cartões de vacina.

Segundo o depoimento, que compõe a delação premiada de Mauro Cid, a ordem para emitir esses documentos falsos partiu do próprio Bolsonaro.

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro informou que os dois documentos foram impressos no Palácio da Alvorada – residência oficial da Presidência da República – e entregues em mãos a Bolsonaro.

A delação de Mauro Cid ainda é mantida em sigilo, mas trechos dela foram incluídos pela PF no relatório que embasou o indiciamento de Bolsonaro, Cid e mais 15 pessoas.

Relator do inquérito das milícias digitais, que inclui trecho sobre fraude nas vacinas, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirou o sigilo desse relatório nesta terça-feira (19).

Os trechos da delação de Cid dizem o seguinte:

“QUE o presidente [Bolsonaro], após saber que o COLABORADOR [Mauro Cid] possuía os cartões de vacina para si e sua família, solicitou que o COLABORADOR fizesse para ele também; QUE o ex-presidente deu a ordem para fazer os cartões dele e da sua filha […]; QUE o COLABORADOR solicitou a AILTON [Barros] que fizesse os cartões; QUE o COLABORADOR confirma que pediu os cartões do ex-presidente e sua filha […] sob determinação do ex-presidente JAIR BOLSONARO e que imprimiu os certificados; QUE solicitou a inserção de dados no sistema CONECTESUS de sua esposa, filhas, ex-presidente JAIR BOLSONARO e de sua filha.”

“QUE confirma que recebeu a ordem do ex-Presidente da República, JAIR BOLSONARO, para fazer as inserções dos dados falsos no nome dele e da filha […]; QUE esses certificados foram impressos e entregues em mãos ao presidente.”Segundo a PF, o “modus operandi” (modo de operação) do esquema era o seguinte:

Mauro Barbosa Cid encaminhava o pedido de fraude ao ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros;

Ailton enviava os dados ao secretário de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha;

João Carlos usava suas senhas para inserir os dados falsos no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), do Ministério da Saúde.

Neste caso, o grupo nem sequer precisava dos cartões físicos de vacinação.

Segundo a PF, os dados forjados eram inseridos diretamente no sistema do Ministério da Saúde – e, com isso, os suspeitos conseguiam imprimir certificados de vacinação pelo sistema oficial do ConecteSUS.

Fonte: G1

  • março 19, 2024
BC comunica vazamento de dados

Um total de 46.093 chaves Pix de clientes da Fidúcia Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno Porte Limitada (Fidúcia) tiveram dados cadastrais vazados.A informação foi divulgada nesta segunda-feira (18) pelo Banco Central (BC).

Esse foi o sexto vazamento de dados desde o lançamento do sistema instantâneo de pagamentos, em novembro de 2020.

Segundo o BC, o vazamento ocorreu por causa de falhas pontuais em sistemas da instituição de pagamento. A exposição, informou o BC, ocorreu em dados cadastrais, que não afetam a movimentação de dinheiro. Dados protegidos pelo sigilo bancário, como saldos, senhas e extratos, não foram expostos.

Embora o caso não precisasse ser comunicado por causa do baixo impacto potencial para os clientes, a autarquia esclareceu que decidiu divulgar o incidente em nome do “compromisso com a transparência”.

Todas as pessoas que tiveram informações expostas serão avisadas por meio do aplicativo da Phi Pagamentos ou do internet banking da instituição. O Banco Central ressaltou que esses serão os únicos meios de aviso para a exposição das chaves Pix e pediu para os clientes desconsiderarem comunicações como chamadas telefônicas, SMS e avisos por aplicativos de mensagens e por e-mail.

A exposição de dados não significa necessariamente que todas as informações tenham vazado, mas que ficaram visíveis para terceiros durante algum tempo e podem ter sido capturadas. O BC informou que o caso será investigado e que sanções poderão ser aplicadas. A legislação prevê multa, suspensão ou até exclusão do sistema do Pix, dependendo da gravidade do caso.

Histórico

Esse foi o sexto incidente de vazamentos de dados do Pix desde a criação do sistema, em novembro de 2020. Em agosto de 2021, ocorreu o vazamento de dados 414,5 mil chaves Pix por número telefônico do Banco do Estado de Sergipe (Banese). Inicialmente, o BC tinha divulgado que o vazamento no Banese tinha atingido 395 mil chaves, mas o número foi revisado mais tarde.Em janeiro de 2022, foi a vez de 160,1 mil clientes da Acesso Soluções de Pagamento terem informações vazadas. No mês seguinte, 2,1 mil clientes da Logbank pagamentos também tiveram dados expostos.

Em setembro de 2022, dados de 137,3 mil chaves Pix da Abastece Ai Clube Automobilista Payment Ltda. (Abastece Aí) foram vazados. O caso mais recente ocorreu em setembro do ano passado, quando 238 chaves Pix da Phi Pagamentos foram expostas.

Em todos os casos, foram vazadas informações cadastrais, sem a exposição de senhas e de saldos bancários. Por determinação da Lei Geral de Proteção de Dados, a autoridade monetária mantém uma página em que os cidadãos podem acompanhar incidentes relacionados com a chave Pix ou demais dados pessoais em poder do BC.

Fonte: Agência Brasil

  • março 18, 2024
Em meio a queda na popularidade, Lula diz a ministros que governo vai ‘ter que fazer muito mais’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na manhã desta segunda-feira (18), na primeira reunião ministerial ampla de 2024, que as medidas tomadas pelo governo até agora são “apenas o início”, e que a equipe ainda tem que fazer “muito mais”.

O encontro ocorreu no Palácio do Planalto, e foi convocado em meio à divulgação de pesquisas de avaliação do terceiro mandato de Lula, que apontaram queda na aprovação do petista (veja mais abaixo).

“Todo mundo sabe também que ainda falta muito para gente fazer. Por mais que a gente tenha recuperado Farmácia Popular, Mais Médicos, por mais que a gente tenha feito clínica, a gente ainda tem muito para fazer em todas as áreas. E muito não é nada estranho. É tudo aquilo que nós nos comprometemos a fazer durante a disputa eleitoral”, disse.

“Nós já gastamos um ano e três meses do nosso mandato. E vocês percebem o quão pouco nós fizemos e, ao mesmo tempo, o quão muito nós fizemos”, continuou.

“Isso tudo que nós fizemos é apenas o início, mas isso não basta. Nós vamos ter que fazer muito mais, porque o Brasil estava totalmente abandonado”, continuou

Fazendo referência à percepção popular sobre o governo, refletida nas pesquisas de avaliação, Lula afirmou que “se as pessoas não falam bem da gente ou bem das coisas que a gente fez, nós é que temos que falar”, afirmou.

O petista também disse que, às vezes, cortes de recursos são necessários, mas que o governo terá que fazer um “trabalho imenso” para repor verbas e avançar nos projetos.

“Muitas vezes tem a necessidade de estar cortando, mas nós vamos ter que fazer um trabalho imenso para repor, porque sem dinheiro, os ministérios não funcionam. E nós precisamos garantir que os ministérios funcionem”, disse.

Tentativa de golpe

O presidente também comentou as investigações da Polícia Federal sobre uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Na última sexta-feira (15), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirou o sigilo de depoimentos que implicaram o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como peça central na articulação do esquema.

Nesta segunda, Lula disse ter “certeza” de que o Brasil correu “sério risco” de sofrer um golpe.

“A gente já sabe o que aconteceu no mês de dezembro. Hoje a gente tem clareza por depoimentos de gente que fazia parte do governo dele ou que estava no comando, inclusive, das Forças Armadas, de gente que foi convidada pelo presidente para fazer um golpe”, disse.

“Então, se três meses atrás quando a gente falava em golpe parecia apenas insinuação, hoje nós temos certeza de que esse país correu sério risco de ter um golpe em função das eleições de 2022”, continuou.

Lula também chamou Bolsonaro de “covardão”

“E não teve golpe não só porque algumas pessoas que estavam no comando das próprias Forças Armadas não quiseram fazer, não aceitaram a ideia do presidente, mas também porque o presidente é um covardão”, afirmou.

“Ele [Bolsonaro] não teve coragem de executar aquilo que ele planejou, ele ficou dentro de casa, aqui dentro do palácio, chorando quase que um mês. E preferiu fugir para os Estados Unidos do que fazer o que ele tinha prometido, na expectativa de que fora do país o golpe poderia acontecer porque eles financiaram as pessoas nas portas dos quarteis para tentar estimular a sequência do golpe.”

“Nós sabemos que houve a tentativa de um golpe neste país. Quem tinha dúvida agora pode ter certeza de que por pouco a gente não voltou aos tempos tenebrosos neste país que as pessoas achavam que apenas com golpe, com a participação de alguns militares, poderiam ganhar o poder neste país. O povo foi mais sábio, foi mais corajoso.”

Aprovação em queda

Levantamento da Quaest indicou que o governo de Lula é avaliado negativamente por 34% dos entrevistados. Em dezembro, o índice era de 29%. A avaliação positiva, registrada pela pesquisa em fevereiro, oscilou dentro da margem de erro (2,2 pontos para mais ou para menos) e saiu de 36% para 35%.

Pesquisa divulgada pelo Ipec também apontou queda na análise positiva do petista. 33% dos entrevistados avaliaram, no início de março, que o governo de Lula era ótimo ou bom. Em dezembro, eram 38%. A queda superou a margem de erro, que é de 2 pontos para mais ou para menos.

Segundo o blog do Valdo Cruz no g1, a reunião ministerial também aborda estratégias para reduzir a desaprovação do petista.

A avaliação entre assessores do presidente é de que Lula tem errado ao não fazer acenos a eleitores de centro e conservadores. Declarações a respeito da guerra em Gaza, das eleições venezuelanas e na área da segurança são apontadas como fatores para a queda de popularidade.

Na última sexta (15), o presidente afirmou ter “consciência” de que as pesquisas indicam que ele estava “aquém do que o povo esperava”. Em discurso no Rio Grande do Sul, ele disse que estava “tudo bem” com a queda nos índices.”

A imprensa me perguntou: ‘O Lula perdeu popularidade’. E eu falei: ‘Tudo bem’. É porque eu estou aquém do que o povo esperava que eu estivesse, eu não estou cumprindo aquilo que prometi. E eu tenho consciência que não estou cumprindo.”

Lula declarou, ainda, que o governo começará a colher neste ano resultado de programas lançados em 2023.

“É esse ano que a gente começa o que a gente plantou o ano [de 2023] inteiro. Esse ano que a gente vai começar a colher tudo o que nós prometemos fazer”, disse.

Religião

Segundo o blog da Andréia Sadi no g1, aliados do presidente têm pedido um reposicionamento a respeito de temas ligados à política externa, relação com o eleitorado evangélico e com a alta no preço de alimentos.

A avaliação desses aliados é que falta coordenação política em torno dessas áreas. Também há uma percepção de que o campo político vinculado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem conquistado parte do eleitorado cristão, ainda distante de Lula.

Na reunião desta segunda-feira, o presidente disse que a religião está sendo “manipulada de forma vil e baixa” no país, e que isso precisa mudar.”

A democracia significa que essas pessoas não querem apenas falar da liberdade muito distante. Eles querem falar de trabalho, querem falar de salário, eles querem falar de lazer, eles querem falar de cultura, eles querem falar das coisas que dizem respeito ao dia a dia dele”, afirmou.

“Um país em que a religião não seja instrumentalizada como um instrumento político de um partido político ou de um governo. Que a fé seja exercitada na mais plena liberdade das pessoas que queiram exercê-la. A gente não pode compreender a religião sendo manipulada da forma vil e baixa como está sendo neste país.”

Fonte: G1

  • março 17, 2024
Desinformação e preconceito: vacina contra HPV previne câncer, mas adesão no Brasil segue abaixo da meta

Uma vacina que previne câncer disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) de graça. Sonho? Não. Ela já existe. Estamos falando da vacina contra o HPV, um vírus associado a mais de 90% dos casos de câncer de colo do útero e fator de risco para desenvolvimento de câncer no ânus, pênis, vulva, vagina e de cabeça e pescoço (uma região conhecida como orofaringe).

O imunizante está disponível no SUS desde 2014, quando foi incluído no Plano Nacional de Imunizações (PNI). Primeiro, foi oferecido só para meninas. Os meninos entraram para o público-alvo em 2017.

No entanto, mesmo sendo gratuita e protegendo contra diversos tipos de câncer, a vacinação ainda não atingiu os índices esperados no país, principalmente entre os meninos (veja os números mais abaixo). Segundo especialistas, entre as motivações estão a desinformação e o preconceito.

Depois da vacina contra a Covid-19, a da HPV está no topo da lista dos negacionistas e do movimento antivacina, segundo o pediatra e infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Eles justificam, por exemplo, que o imunizante pode estimular uma vida sexual mais precoce.

“Negacionistas envolvem crenças religiosas, falam que as crianças vão começar a vida sexual mais cedo. A vacina não traz predisposição para a iniciação sexual. Os pais que fazem a vacinação dos filhos estão preocupados com a saúde”, diz o vice-presidente da SBIm.

Neila Speck, presidente da Comissão Nacional Especializada no Trato Genital Inferior da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), acredita também que existe muita desinformação sobre as doenças que o HPV pode provocar e esquecimento dos responsáveis sobre o esquema de duas doses do imunizante.

“A pessoa ir até a unidade de saúde para vacinar também não é a melhor opção. O ideal é que fosse aplicado nas escolas, que foi a estratégia inicial quando a vacina chegou ao Brasil. A cobertura vacinal chegou a quase 100% naquela ocasião”, conta a ginecologista.

Cobertura vacinal no Brasil

Segundo o Ministério da Saúde, entre 2018 e 2024, 75,61% das meninas receberam a primeira dose, enquanto 58,19% retornaram para completar o esquema vacinal de duas doses. Já entre os meninos, o número é ainda menor: 52,86% receberam a primeira dose, e 33,12% a segunda.

A cobertura vacinal contra o HPV não é calculada por ano, pois a vacinação é feita em duas doses, com intervalo de tempo que pode variar. Por isso, o Ministério da Saúde costuma fazer um recorte por períodos.

“A taxa recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que 90% das meninas sejam vacinadas até os 15 anos com o esquema completo [duas doses]. Estamos muito aquém desse número, principalmente nos meninos”, alerta Neila Speck, que também é professora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Podem se vacinar de forma gratuita pelo SUS:

Meninas e meninos de 9 a 14 anos

Pessoas de 9 a 45 anos em condições clínicas especiais, como as que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos (imunossuprimidos)

Vítimas de abuso sexual

Kfouri explica que a faixa etária de 9 a 14 anos também é prioridade em outros lugares do mundo e é recomendada pela OMS.”A vacina é mais eficaz em jovens menores de 15 anos. Além disso, já que vamos vacinar contra um vírus de transmissão sexual, o ideal é imunizar antes da exposição a esse vírus. Com isso, o jovem vai ter a proteção completa antes de ter iniciado a vida sexual”, completa o infectologista.

Quem não está nessa lista também pode se vacinar na rede privada. Neste caso, ela é paga.

“No Brasil, em bula, ela está liberada até os 45 anos [para mulheres], porém ela é segura em qualquer idade. Hoje se sabe que o risco de infecção pelo HPV se mantém toda a vida, incluindo na população adulta. Por isso, a indicação é de tomar a vacina mesmo quando estamos mais velhos”, orienta a ginecologista da Febrasgo.

O HPV e a importância da vacinação

O HPV é responsável por 99% dos casos câncer de colo de útero, o terceiro mais frequente entre as mulheres no Brasil, sem considerar os tumores de pele não melanoma. Atualmente, o câncer do colo de útero é considerado passível de erradicação, por meio da vacinação, rastreamento e tratamento das lesões.

Se a vacina é importante para o câncer do colo de útero, por que vacinar também os meninos? Como explicado no começo desta reportagem, a proteção se estende para outros tipos, como o câncer de pênis, ânus, orofaringe, vagina e vulva. Além disso, vacinando o público masculino, conseguimos interromper a cadeia de transmissão.

Estima-se que mais de 80% das pessoas serão infectadas pelo vírus HPV, que é altamente contagioso, em algum momento da vida, mas isso não significa que toda infecção vira câncer. Dados do Ministério da Saúde apontam que o HPV atinge 54,4% das mulheres que já iniciaram a vida sexual e 41,6% dos homens.

“O HPV causa muitas verrugas genitais e esse é o principal problema. É um vírus muito contagioso, tanto é que milhões de pessoas estão contaminadas com HPV e nem sabem. Por isso é tão importante fazer a vacina. Ela protege contra verrugas genitais, lesões pré-cancerosas e contra o câncer”, ressalta o urologista Zein M. Sammour, coordenador da disciplina de IST da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

São cerca de 200 tipos de vírus descritos, alguns que infectam a região ano-genital, e cerca de 20 apresentam potencial de desenvolver certos tipos de câncer.

“A vacina quadrivalente que temos no SUS protege contra quatro tipos de vírus: 6 e 11, que são responsáveis por 90% dos condilomas acuminados, ou verrugas, são lesões totalmente benignas; e 16 e 18, que são os vírus que provocam quase 70% dos casos de câncer de colo uterino”, explica Neila Speck.

A rede privada já tem disponível a vacina nonavalente, que protege contra mais cinco tipos de vírus: 31, 33, 45, 52 e 58, aumentando a proteção em quase 90% dos cânceres de colo uterino.

Fonte: G1

  • março 17, 2024
Rio registra 62,3ºC de sensação térmica e bate novo recorde

O Rio bateu novo recorde de sensação térmica neste domingo (17), de acordo com o Sistema Alerta Rio. O município registrou 62,3ºC de sensação térmica na estação de Guaratiba, às 9h55.

Até o momento, esta é a maior sensação térmica registrada desde 2014, quando o órgão começou a fazer as medições.

A sensação térmica é um índice de calor calculado a partir dos dados de temperatura e umidade relativa do ar. Quanto maior for a temperatura e a umidade relativa do ar, maior será a sensação térmica nesta região.

De acordo com os meteorologistas, a região de Guaratiba possui algumas características geográficas que favorecem a ocorrência de temperaturas e umidades relativas do ar elevadas, principalmente no período da manhã.

Maiores Sensações Térmicas (2014 a 2024)

62,3°C às 09h55 de 17/03/2024 (Guaratiba)

60,1°C às 10h20 de 16/03/2024 (Guaratiba)

59,7°C às 08h05 de 18/11/2023 (Guaratiba)

59,5C° às 11h45 de 17/01/2024 (Guaratiba)

59,3°C às 10h20 de 17/11/2023 (Guaratiba)

Fonte: G1

  • março 17, 2024
TCE apura supostas fraudes em licitação do Carnaval de Recife

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) de Pernambuco apura supostas fraudes em uma licitação de R$ 4,1 milhões da Prefeitura de Recife que incluiu despesas com o carnaval deste ano. A auditoria foi aberta na terça-feira (12/3), a pedido do Ministério Público de Contas.

No fim do ano passado, a Fundação de Cultura da Cidade do Recife contratou a empresa MC Produções para a produção de eventos culturais de festas como carnaval, festas juninas e Natal na capital pernambucana. A firma receberá R$ 4,1 milhões por um ano de trabalho.

O Ministério Público apontou diversas suspeitas no processo. Além de a MC ser uma empresa de pequeno porte, o pregão teve apresentação de propostas idênticas para fraudar a seleção. Ainda segundo o MP, a companhia vencedora tem relação de “muita proximidade” com outras duas concorrentes.

“Está-se diante de fato gravíssimo, com a apresentação de propostas idênticas, denotando participação apenas formal das empresas, a fim de conferir aparência de legitimidade ao processo licitatório e de simular uma competição, indicando atuação em conluio para fraudar o certame”, escreveu a procuradora Eliana Maria Lapend no último dia 27.

Procurada, a Prefeitura de Recife afirmou que o negócio foi regular. “Houve ampla concorrência das empresas interessadas. O processo de licitação foi homologado e cumpriu a legislação vigente. As contratações foram devidamente publicadas em 3 de fevereiro, de modo a garantir o maior carnaval da história da cidade”.

Fonte: Jornal Metrópoles

  • março 16, 2024
Mais de 35 milhões de transferências por PIX no valor de um centavo foram realizadas em 2023

A facilidade de fazer um PIX gerou um comportamento inesperado entre os brasileiros, que já se traduz em números: mais de 35 milhões de transferências por PIX no valor de um centavo.

O número é do ano passado e representa um aumento de 43% em comparação com 2022.

O que deixa muita gente curiosa. Afinal, para que serve um PIX de um centavo?

“Não faço ideia”, disse uma mulher.

“Meio inusitado”, comentou um homem.

“Pode mandar que eu aceito“, brincou uma outra mulher.

O professor de economia Joelson Sampaio, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), tem uma explicação.

“Boa parte são empresas, instituições que respondem por esse maior volume. Ou para teste, ou para comunicação funcional, ou para fazer alguma checagem”, destacou o professor.

Mas uma parte dos brasileiros tem usado esse PIX de um centavo para outra finalidade. Virou uma forma de comunicação, principalmente, entre os mais jovens. A pessoa envia um centavo e usa o espaço de descrição da transferência pra mandar um recado.

Já teve até proposta de casamento sendo feita assim: E PIX pra pedir outro PIX.

“Já recebi tipo assim: ‘me empresta tal valor’. E fez mensagem assim com um centavo”, contou uma jovem.

Foi com um PIX de um centavo que o Jason Goulart conseguiu encerrar uma discussão. Ele foi bloqueado nas redes sociais, depois de brigar com a pessoa com quem estava saindo. O centavo pago deixou tudo mais leve.

“Escrevi o que eu precisava, tipo o básico, rápido. Porque é pouco caracteres; tipo, não dá para mandar a bíblia inteira ali […] A gente precisa desabafar às vezes, né”, brincou o artista visual .

O fato de ser uma operação financeira gratuita contribui para o volume de transações desse tipo. Mas o professor de finanças Ricardo Rocha, do Insper, lembra que esse não é o espaço mais adequado para enviar recados.

“Não tem sigilo, e o banco tem acesso. Acho que vai da consciência do usuário. Na medida que os jovens vão crescendo, eles vão fazendo PIX mais sérios”, mencionou Ricardo.

Na turma da Isabela de Oliveira, de 17 anos, virou moda mandar PIX de um centavo de brincadeira. Ela já recebeu duas vezes.

“O primeiro PIX que recebi de 1 centavo foi de um amigo meu no dia das mulheres no ano passado e outro foi minha amiga que ela tinha me chamado pra sair e eu estava sem dinheiro e ela falou: ‘para te ajudar, toma aí 1 centavo’. E aí eu recebi 2 valores incríveis e foi isso”, relembrou a estudante de Publicidade.

Fonte: G1

  • março 16, 2024
Homofobia em jogo do Circuito Brasileiro de vôlei de praia

Mais um caso de homofobia no esporte brasileiro. Desta vez a vítima foi o jogador Anderson Melo, durante a segunda etapa do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, em Recife. O caso aconteceu na quinta-feira (14/3) e se tornou público neste sábado, após uma postagem do atleta nas redes sociais.

A transmissão de uma partida flagrou o crime de homofobia contra Anderson Melo. Nas redes sociais, ele escreveu sobre a situação e recebeu o apoio de dezenas de atletas do vôlei e do vôlei de praia.

“Não sei se vão ler meu texto todo por não ser um atleta conhecido mundialmente, não sei se serei ouvido como gostaria, eu só sei que estou sem chão e pela primeira vez tiraram meu sorriso e as palavras, mas vou tentar.

Demorei a escrever porque eu precisava digerir o que aconteceu naquela quadra, no ambiente que mais amo estar sofri ataques homofóbicos continuadamente e pela primeira vez na vida não consegui reagir. Eu não estava acreditando no que estava acontecendo e eu só lembrava da minha mãe, o quanto ela tinha medo de me ver sofrer por ser homossexual. E infelizmente ela não estava aqui para me proteger e nem ninguém. Me senti completamente acuado e sem entender porque as pessoas estavam fazendo aquilo. Um ambiente feito para as pessoas apreciarem os atletas, torcer para seus favoritos é claro, mas não necessariamente tentar diminuir, xingar, debochar ou tentar ridicularizar alguém.

Perdi o chão. Perdi a bola. Perdi o jogo. Mas não a minha força em estar aqui dividindo com vocês um crime explícito. Fiz o boletim de ocorrência e ainda não sei quais serão os próximos passos. Mas com certeza o primeiro pós delegacia é me recompor como atleta, como cidadão e me orgulhar do filho que minha mãe criou com tanto amor. Eu tenho muito orgulho de ser quem eu sou, do jeito que sou e assim como eu todos tem o direito de serem respeitados. Faço um apelo para que este assunto não fique em vão, faço um apelo para as autoridades locais, a CBV, aos meus fãs e amigos para que isso não se repita com mais ninguém”, escreveu o atleta.

Em nota oficial, a CBV diz “lamentar e repudiar veementemente os ataques homofóbicos” ao atleta Anderson Melo. No comunicado, a entidade diz tomado as medidas cabíveis:

“A CBV apurou os fatos, reviu as imagens da partida, conversou com a arbitragem e reuniu todas as informações necessárias para, neste sábado, protocolar um boletim de ocorrência em uma delegacia de Recife. O caso também será encaminhado ao Ministério Público local e a CBV acompanhará todos os desdobramentos.

A CBV lamenta que Anderson Melo tenha sofrido essa violência e está prestando todo o auxílio ao atleta. A CBV reforça que não admite qualquer tipo de preconceito, entende que o esporte é uma ferramenta para propagação de valores como respeito, tolerância e igualdade; e agirá sempre para coibir qualquer manifestação discriminatória em seus eventos”.

Fonte: webvolei

  • março 16, 2024
Rio de Janeiro registra sensação térmica recorde de 60,1ºC

A cidade do Rio de Janeiro registrou, neste sábado, sensação térmica recorde de 60,1ºC. Segundo o Sistema Alerta Rio, da prefeitura carioca, o registro foi feito na Estação Meteorológica de Guaratiba, na zona oeste da capital fluminense, às 10h20min.

O recorde anterior da cidade havia sido registrado na mesma estação, em 18 de novembro do ano passado (59,7ºC). A sensação térmica leva em consideração não apenas a temperatura, mas também a umidade relativa do ar.

Uma associação de temperaturas elevadas e alta umidade gera aumento da sensação térmica.

A prefeitura do Rio de Janeiro recomenda que as pessoas se hidratem e evitem exposição prolongada ao sol.

Fonte: Correio do Povo