• novembro 4, 2024
Plano Real completa 30 anos nesta segunda-feira

O Real completou 30 anos nesta segunda-feira (1º). Criado pela equipe econômica chefiada pelo então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, e implementado por medida provisória editada em 30 de junho de 1994 pelo então presidente Itamar Franco, o plano tinha como objetivo principal estabilizar a moeda para controlar a inflação, que corroía o salário dos trabalhadores e a capacidade de consumo da população. 

Naquele julho de 1994, os brasileiros viviam uma dupla desconfiança. Enquanto a seleção brasileira disputava mais uma Copa do Mundo de futebol, na esperança de conquistar o tão sonhado tetracampeonato, depois de fracassos seguidos em edições anteriores, a nova moeda prometia vencer um adversário tão resistente quanto as grandes equipes que lutavam pela Copa do Mundo: a inflação, que resistia após o fracasso de seguidos planos econômicos.

O aumento generalizado dos preços de produtos e serviços corroía o poder de compra da moeda que vigia à época, o cruzeiro real. Os maiores prejudicados eram os consumidores que não conseguiam se defender da inflação, com aplicações no mercado financeiro. A desvalorização dos salários era aviltante. Para se ter ideia, em junho de 1994, mês que antecedeu a criação do Real, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo IBGE, foi de 47,43%. Isso dá uma indicação do que era a corrosão da moeda vigente. 

Nos dez anos que antecederam o lançamento do Real, foram vários os planos econômicos que tinham como objetivo garantir a estabilidade dos preços. Um deles foi o Plano Cruzado, anunciado em 1986, pelo ex-presidente José Sarney. Na ocasião, o governo congelou os preços. O efeito foi imediato e, naquele ano, até novembro, os brasileiros viveram um período de inflação baixa. Acontece que, por causa do controle forçado dos preços, por meio do tabelamento, produtos começaram a faltar nos mercados e, quando eram encontrados, era cobrada uma espécie de ágio de quem estivesse disposto a pagar os bens com acréscimo.

Passados alguns meses, o governo foi obrigado a rever a sua estratégia e o Cruzado naufragou. Cientes de que controlar a inflação por meio do congelamento de preços era ineficaz, a equipe de economistas que atuou na elaboração do Plano Real promoveu a sua implementação em etapas, com medidas que, segundo eles, gerariam os resultados esperados. Antes de criar a nova moeda, o governo federal cortou gastos públicos, elevou as receitas, seja pelo aumento de impostos ou pela desvinculação de parte das transferências da União constitucionalmente previstas, e iniciou a privatização de estatais.

Diferentemente do Cruzado, que havia sido criado antes da Constituição de 1988, por meio de um decreto-lei, o Real foi instituído por medida provisória, o que exigiu a sua votação pelo Congresso Nacional. Isso aconteceu em 1995. O então senador Fernando Henrique Cardoso, de ministro da Fazenda, depois do sucesso do Real, foi eleito presidente da República.

Em seu discurso de despedida do Senado, antes de assumir a chefia do Executivo, FHC pediu apoio do Congresso Nacional para a aprovação de outras medidas que, segundo ele, garantiriam a consolidação do plano, como as reformas administrativa e previdenciária:

— Eu não tenho dúvida que isso será feito dentro dos parâmetros definidos pelo Congresso e sob sua fiscalização. Eu não tenho dúvida que o avanço da privatização pode aumentar a eficiência geral da economia.

Àquela época, o governo ainda promoveu uma abertura maior da economia, com o objetivo garantir o abastecimento do mercado interno e evitar o aumento de preços. Com o Real valorizado e as importações facilitadas, a indústria nacional sofreu e o desemprego aumentou.

O então senador Epitácio Cafeteira foi um dos críticos daquele cenário:

— Até quando o povo vai conseguir viver desse desespero? Se na inflação o povo tinha o dinheiro e o dinheiro valia quase nada, na recessão o dinheiro vale muito, mas ninguém tem o dinheiro no bolso.

Depois da criação do Plano Real, a inflação no país conseguiu se manter relativamente controlada. Poucas vezes, depois de 1996 o índice ultrapassou a casa dos 10 por cento ao ano. Para se ter ideia, de junho de 2023 a maio de 2024, o IPCA ficou em 3,93%.

Fonte: Agência Senado

  • novembro 1, 2024
Novas regras do Pix passam a vigorar a partir de hoje

A partir de hoje, começam a valer novas regras do Pix. As mudanças do Banco Central (BC) envolvem mecanismos de segurança que afetarão a maneira como todos os usuários utilizam o método de pagamento instantâneo.

As novas medidas incluem limites para transferências acima de R$ 200 por um equipamento que não esteja cadastrado nos sistemas bancários. Ou seja, transferências realizadas em um novo dispositivo não poderão ultrapassar esse valor. Também fica restrito a R$ 1 mil o total diário dos envios a partir dos celulares e computadores não cadastrados nos bancos.

Movimentações maiores só poderão ser feitas após o cadastro dos aparelhos junto à instituição financeira. Nada muda para os dispositivos que já foram utilizados para as transferências via Pix. A medida vale para celulares ou computadores que ainda sejam desconhecidos pelo sistema bancário.

De acordo com o BC, os novos limites devem ajudar a evitar fraudes e golpes. “A exigência de cadastro se aplica apenas para dispositivos de acesso que nunca tenham sido utilizados para iniciar uma transação Pix por um usuário específico. O objetivo é dificultar o tipo de fraude em que o agente malicioso consegue, por meio de roubo ou de engenharia social, as credenciais, como login e senha dos clientes”, informou em nota.

Haverá mudanças também para as instituições financeiras, a fim de aprimorar as tecnologias de segurança. Elas deverão adotar soluções de gerenciamento de fraude capazes de identificar transações Pix atípicas ou incompatíveis com o perfil do cliente, com base nas informações de segurança armazenadas no Banco Central.

“Com isso, fica mais difícil para um golpista pegar o seu celular e, mesmo que ele consiga acessar sua conta, movimentar valores altos. E com essa trava, o banco ganha tempo para reverter as operações e devolver a grana para quem foi vítima. Isso dá mais segurança pro cliente do banco”, explica o educador financeiro Raul Sena, fundador da consultoria de investimentos AUVP Capital.

Além disso, os bancos terão de informar aos clientes, em canal eletrônico de amplo acesso, os cuidados necessários para evitar fraudes. Será necessária uma verificação pelo menos a cada seis meses, se os clientes têm marcações de fraude nos sistemas do BC.

Segundo a autoridade monetária, isso permitirá que as instituições financeiras tomem ações específicas em caso de transações suspeitas ou fora do perfil do cliente e poderão bloquear cautelarmente Pix suspeitos recebidos. Em caso de suspeita forte ou comprovação de fraude, os bancos poderão encerrar o relacionamento com o cliente. 

Para Sena, essas mudanças vão obrigar os bancos a atuar mais ativamente contra os golpistas. “Isso quer dizer que eles vão precisar melhorar o sistema de identificação de transações estranhas, aquelas que saem do padrão do cliente”, destaca. “Além disso, vão colocar avisos nas plataformas para alertar sobre os riscos e golpes mais comuns, e fazer uma espécie de checagem a cada seis meses para ver se alguém está com a ficha suja no Banco Central. Dessa forma, quem já usou uma conta para dar golpe pode ser identificado mais rápido”, afirma.

Pix Automático e fraudes

Outra novidade prevista para junho de 2025 é o lançamento do Pix Automático. A modalidade facilitará as cobranças recorrentes de empresas, como concessionárias de serviço público (água, luz, telefone e gás), empresas do setor financeiro, escolas, faculdades, academias, condomínios, planos de saúde, serviços de streaming e clubes por assinatura. 

A ferramenta permitirá que o usuário autorize, pelo próprio dispositivo, a cobrança automática. Os recursos serão debitados periodicamente, sem a necessidade de autenticação ou senhas a cada operação. Segundo o BC, o Pix Automático também ajudará a reduzir os custos das empresas, barateando os procedimentos de cobrança e diminuindo a inadimplência. 

O educador financeiro alerta, contudo, que a nova funcionalidade também pode ser passível de fraude. “O Pix Automático pode, sim, ter um algum risco, como qualquer ferramenta nova de pagamento. Mas, a ideia é que ele fique mais seguro. Essa nova modalidade permite que o usuário autorize previamente algumas cobranças recorrentes via Pix, assim como acontece no débito automático”, diz Sena. Uma dica, segundo ele, é sempre ficar de olho nos lançamentos para manter tudo dentro do controle financeiro e evitar alguma surpresa indesejada. 

Fonte: Correio braziliense

  • outubro 16, 2024
Valores a receber: termina hoje o prazo para resgatar R$ 8,6 bilhões do ‘dinheiro esquecido’; veja como sacar


Termina nesta quarta-feira (16) o prazo para que os clientes que têm “dinheiro esquecido” no Sistema de Valores a Receber (SVR) do Banco Central do Brasil (BC) saquem os valores. (veja mais abaixo como fazer)

Segundo o BC, R$ 8,6 bilhões estão disponíveis para resgate no SVR. O sistema permite consultar se pessoas físicas (inclusive falecidas) e empresas deixaram valores para trás em bancos, consórcios ou outras instituições.

O prazo de 30 dias para resgate começou a valer em 16 de setembro, quando o presidente Lula (PT) sancionou a Lei nº 14.973/2024, que trata da reoneração gradual da folha de pagamentos de 17 setores da economia e de municípios até o fim de 2024.

O projeto, que já havia sido aprovado pelo Congresso Nacional, estabelece que o dinheiro esquecido não resgatado por pessoas físicas e jurídicas poderá ser incorporado pelo Tesouro Nacional.

Como consultar o dinheiro esquecido

único site no qual é possível fazer a consulta e saber como solicitar a devolução dos valores para pessoas jurídicas ou físicas, incluindo falecidas, é o https://valoresareceber.bcb.gov.br.

Via sistema do Banco Central, os valores só serão liberados para aqueles que fornecerem uma chave PIX para a devolução.

Caso não tenha uma chave cadastrada, é preciso entrar em contato com a instituição para combinar a forma de recebimento. Outra opção é criar uma chave e retornar ao sistema para fazer a solicitação.

No caso de valores a receber de pessoas falecidas, é preciso ser herdeiro, testamentário, inventariante ou representante legal para consultá-los. Também é necessário preencher um termo de responsabilidade.

Após a consulta, é preciso entrar em contato com as instituições nas quais há valores a receber e verificar os procedimentos.

A Fazenda também reforçou que, ainda assim, os interessados terão um prazo de seis meses para requerer judicialmente o reconhecimento de seu direito aos depósitos.

Caso não haja contestação do recolhimento, os valores serão, então, incorporados de forma definitiva como receita orçamentária primária, continuou a pasta, destacando que os recursos serão considerados para fins de verificação do cumprimento da meta de resultado primário.

Dicas para não cair em golpes

A primeira dica do Banco Central para não cair em golpes é não clicar em links suspeitos enviados por e-mail, SMS, WhatsApp ou Telegram. A instituição informa que não envia links, nem entra em contato com ninguém para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

Além disso, a instituição orienta a não fazer qualquer tipo de pagamento para ter acesso aos valores. Também reforça que não existe a opção de receber algum valor pelo uso de cartões de crédito.

Fonte: G1

  • julho 8, 2024
Campos tem novo saldo positivo de 447 empresas abertas no 1º semestre

Campos acumula novamente um desempenho positivo no ranking da criação de novas empresas neste primeiro semestre, com base em dados da Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro (Jucerja). Nos últimos seis meses, o município contabilizou a constituição formal de 904 novos estabelecimentos, com a extinção de 457, perfazendo um saldo positivo de 447 empresas.

No ranking dos setores de mais registros em Campos, de acordo com a Jucerja, estão atividade médica ambulatorial (39 empresas), serviços de escritório e apoio administrativo (30), construção de edifícios (23), lanchonetes e similares (21), transporte rodoviário de cargas (20), promoção de vendas (19), comércio de vestuário e calçados (18), restaurantes e similares (17), comércio de gêneros alimentícios (17), comércio varejista de animais vivos – minimercados, mercearias e armazéns (14).

Na avaliação do diretor de Indicadores Sociais da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Ranulfo Vidigal, os números positivos de Campos se devem a algumas variáveis, entre elas “o componente da macroeconomia que passa pela elevação da massa salarial, além de vários fatores locais como o fato de Campos ser um polo atrativo de grandes empresas do setor de logística e varejo em grande escala”.

Segundo o economista, “esses fatores tem aumentado o ânimo dos empreendedores em abrir novos negócios. Há ainda outro componente local, como a situação orçamentária mais estável do município, bem como as políticas de transferência de renda, o que faz aumentar a demanda agregada de consumo”, enfatizou. 

Ainda de acordo com Ranulfo Vidigal, “as parcerias da Prefeitura com outras instâncias administrativas tem trazido investimentos de infraestrutura para o município, com o aumento do número de contratações, de modo a gerar mais trabalho e renda, fazendo circular mais recursos no comércio e outros setores”.  

REGIÃO – O panorama em outros municípios do Norte Fluminense apontou Macaé com uma soma de 618 empresas no período, com o fechamento de 252 firmas e saldo positivo de 366. Em São João da Barra foram criadas 59 novas empresas com a extinção de 27, resultando em saldo positivo de 32 estabelecimentos. Quissamã registrou a criação de 20 empresas, mas com a extinção de 22, com saldo negativo de duas firmas, segundo os números registrados na Jucerja. 

Em São Francisco de Itabapoana foram criados 66 estabelecimentos no período, com a extinção de 31 e saldo positivo de 35 empresas. Em Carapebus houve empate com oito firmas criadas e um mesmo número de empresas extintas.  São Fidelis registrou 44 empresas criadas com o fechamento de 24 negócios com saldo positivo de 20.

Cardoso Moreira somou 12 empresas criadas no semestre, com quatro fechadas no período; e Conceição de Macabu criou 21 firmas nos últimos seis meses com 18 estabelecimentos extintos.

Fonte: Jornal Campos 24 horas

  • julho 1, 2024
30 anos do Plano Real: R$ 1 em 1994 equivale a mais de R$ 8 hoje

Três décadas após o lançamento do Plano Real, comemorado nesta segunda-feira (1º), a inflação acumulada no período foi de 708%, segundo a calculadora do Banco Central (BC).

Em termos práticos, isso quer dizer que algo que se comprava com R$ 1 a partir de julho de 1994 equivale a atuais R$ 8,08, com base na última divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em maio.

A perda de peso da moeda também é observada em comparação às cédulas lançadas em 1994.

Uma nota de R$ 5 há 30 anos equivale a R$ 40,40 hoje, enquanto R$ 10 são corrigidos a 80,80.

Seguindo a conta, a cédula R$ 50 em 1994 é o mesmo que R$ 404,01, já R$ 100 correspondem a R$ 808,02.

30 anos de consolidação

A variação acima de 700% do valor do real em 30 anos chama a atenção, porém, olhando os dados históricos, é apenas uma fração da realidade brasileira entre os anos 1980 e início da década de 1990.

Era a época da hiperinflação, com ritmo frenético de avanço dos preços que corroía o poder de compra dos brasileiros.

Para ilustrar este quadro, em 1984, a inflação anual do país registrou uma alta acumulada de 215,27%. Nos anos subsequentes, o índice seguiu a galope até alcançar impressionantes 2.477,15%, em 1993.

A consolidação do Plano Real derrubou drasticamente a variação de preços, mostram os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Desde 1995 — primeiro ano cheio após a implementação da nova moeda — o IPCA encerrou o ano acima de dois dígitos em quatro ocasiões: 1995 (22,41%), 2002 (12,53%), 2015 (10,67%) e 2021 (10,06%).

Em 2023, o indicador fechou o ano com avanço de 4,62%.

Fonte: CNN

  • junho 23, 2024
Estado do Rio de Janeiro registra mais de 5 mil padarias e 45,3 mil empregos formais para o setor

A Firjan, junto a sindicatos de Panificação e Confeitaria de todo o estado do Rio de Janeiro, realizou, nos dias 19 e 20/06, o Encontro Estadual do setor de Panificação e Confeitaria, que aconteceu no Centro de Referência em Alimentos, Bebidas e Panificação Firjan SENAI Tijuca e na Casa Firjan, na capital, nas respectivas datas.

O encontro teve como objetivo debater as transformações do mercado, por meio de palestras, sessões de debates e workshops e contou com a participação de 50 empresários da capital e cerca de 15 representantes das cidades de Itaperuna, Petrópolis, São Gonçalo, Friburgo, Três Rios, Niterói, Campos e da região sul fluminense. Além disso, foi entregue uma homenagem a Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan.

Os dados citados por Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira foram atualizados pela Gerência de Estudos Econômicos da Firjan, a partir de informações recentes do Ministério do Trabalho. Segundo o estudo, o setor de Panificação brasileiro contava com 79,8 mil estabelecimentos formais, distribuídos em 4.400 municípios brasileiros. Isso significa que 79% das cidades brasileiras possuem empresas formalizadas cuja atividade principal é a fabricação de produtos de panificação ou o comércio varejista de produtos de padaria, laticínio, doces, balas e semelhantes. Em média, cada município brasileiro abriga 14 estabelecimentos do ramo de panificação.

“A partir dos dados do estoque de trabalhadores de 2022 e da geração de emprego recente, estimamos que, em 2024, o segmento atingiu 545,2 mil trabalhadores formais no país, patamar histórico para o setor”

Fonte: Diário do Rio

  • junho 22, 2024
Quinta economia do mundo: nossa meta para 2050

Um áspero combate – mas um prêmio monumental – nos espera. Em uma história repleta de solavancos e passos de caranguejo (dois para a frente, um para trás), chegamos ao 8º lugar entre as nações mais ricas. Se nosso desenvolvimento tivesse sido um pouco mais retilíneo, teríamos já dado os saltos que China, Índia, Indonésia e agora o México deram – e estão dando – para eliminar a pobreza, melhorar a educação, a saúde e – acima de tudo – a renda per capita.

Ainda somos, após a Índia, o país com o maior contingente de pessoas na pobreza, de acordo com padrões definidos pelas entidades internacionais: cerca de 6% de nossa população, ou 14 milhões de indivíduos.

Mas, se Bangladesh reduziu em 45 anos sua taxa de 90% para 70%, e a China a eliminou completamente, como também a Tailândia e Myanmar nesse mesmo espaço temporal, por que nós não o faremos em 26 anos, até 2050?

Vejo alguns pontos capitais na caminhada para o 5º lugar mundial.

Em primeiro lugar, um abrangente e eficiente programa de saneamento que atenda ao menos 90% da população, e que, por consequência, reduza a incidência de doenças e endemias como a que vivemos hoje, com o surto da dengue.

Em segundo lugar, uma reforma ainda mais abrangente: educação para capacitar nossos trabalhadores e nossos estudantes para as tarefas que a nova sociedade exigirá ao adentrarmos com mais vigor na era tecnológica.

Uma palavra de conforto nos vem do novo Código Tributário, sendo elaborado pelo governo com ênfase na promoção tecnológica, com o alívio na tributação que a asfixiava.

Não estamos hoje mais na rabeira das nações que cultivam a matemática e as ciências exatas. Temos alunos que ganharam e continuarão a ganhar medalhas e prêmios importantes em concursos internacionais. Devemos criar uma onda na qual o cérebro dos mais jovens seja estimulado a essa corrida pelo conhecimento, além de promover a reindustrialização baseada na economia mais moderna que temos: o agronegócio.

E, por último, mas não o último na escala em importância, a seriedade ao tratar da moeda. Por que falo sobre moeda? Porque será pelo valor de nossa moeda que chegaremos em 5º lugar nessa maratona universal. Tomo como exemplo aquele que foi o maior império da história, o Reino Unido. Em um século, a moeda desse país perdeu 80% de seu valor se comparada a outras moedas fortes.

O Plano Real nos trouxe alívio e esquecimento das ferozes inflações que sofremos. No entanto, se considerarmos apenas a correção monetária desses últimos 10 anos, nossa moeda perdeu pelo índice oficial 82% de seu valor. Isso explica por que ainda capengamos no combate à pobreza e no aumento da renda real per capita.

Transferimos receita a outras países em vez de aproveitarmos todo o nosso potencial. Precisamos de cidadãos conscientes da grande nação que herdamos e de governos que preservem a democracia e a liberdade de expressão. Tópicos que todos queremos ver agora entre os maiores. O país do futuro terá de decidir se quer ser a potência do presente.

(Reportagem publicada na edição 118º da Revista Forbes, acessível no aplicativo na App Store e na Play Store, no site da Forbes e na versão impressa)

Fonte: forbes.com.br

  • maio 14, 2024
Governo propõe suspender dívida do RS e zerar juros por três anos

O governo federal enviará um projeto de lei complementar (PLC) ao Congresso Nacional para suspender a dívida do Rio Grande do Sul por três anos (36 meses). Além disso, o texto vai propor que neste mesmo período os juros que incidem sobre o estoque da dívida sejam zerados.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad — que anunciou a medida nesta segunda-feira (13) —, isso vai liberar R$ 11 bilhões para um “fundo contábil” que será investido na reconstrução de estado. Esse plano será elaborado pela equipe do governo estadual.

Agora, caberá ao Congresso se debruçar sobre o PLC. Caso a medida seja aprovada no Legislativo, os R$ 11 bilhões em recursos financeiros estarão disponíveis ao estado, podendo ser utilizados nos próximos 36 meses.

Além disso, ao final do período de três anos, os juros serão perdoados, o que resultará em uma renúncia de R$ 12 bilhões por parte da União (em valores que seriam pagos pelo estado).

Os valores se somam a outros R$ 12 bilhões em recursos orçamentários destinado ao estado. O presidente Lula, que participou do anúncio, pediu que o Rio Grande do Sul “não pare de reivindicar ajuda”.

Durante a reunião, o governador Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, agradeceu o governo federal pelas medidas mais afirmou reiteradamente que novas ações serão necessárias — inclusive em relação à dívida. O gaúcho chegou a sinalizar que o estado pediu a quitação dos valores à gestão federal.

Lula ainda afirmou durante a transmissão que o governo federal concluirá na terça-feira (14) uma série de medidas voltadas ao socorro de pessoas físicas no estado. “Eu pretendo ir ao Rio Grande do Sul na quarta-feira para junto de você [Leite] fazer o anúncio das novas medidas”, disse.

Fonte: CNN

  • maio 8, 2024
Indústria negocia compra de arroz da Tailândia para compensar perdas previstas no RS

A indústria brasileira se mobiliza para importar arroz da Tailândia – o segundo maior exportador de arroz do mundo, depois da Índia – após enchentes deixarem parte das plantações do Rio Grande do Sul debaixo d’água. O estado é o maior produtor do grão no Brasil.

“Estamos negociando para trazer 75 mil toneladas de arroz, de 2 a 3 navios. É uma forma de a gente aumentar a oferta e garantir o abastecimento”, conta Andressa Silva, diretora-executiva da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz).

A preocupação com a oferta do cereal existe por causa destes 4 fatores:

  1. o Brasil consome internamente quase todo arroz que produz e 70% dele vem do RS.
  2. a estimativa era de que, na safra atual, o país somasse 10,6 milhões de toneladas do cereal; com as enchentes no Sul, o montante pode cair para menos de 10 milhões.
  3. antes da chuva histórica, o mercado já previa problemas na oferta de arroz neste ano porque a temporada começou com os menores estoques do grão em quase duas décadas e o plantio no RS atrasou por causa das enchentes de 2023.
  4. a expectativa era de que o RS contribuísse com 7,5 milhões de toneladas nesta safra, mas 800 mil toneladas podem estar agora debaixo d’água.
  5. antes da tragédia, 80% do arroz do estado já tinha sido colhido. Mas alguns silos onde a produção está armazenada também foram atingidos pelas enchentes.

Analistas ouvidos pelo g1 avaliam que a redução da oferta poderá encarecer o arroz.

Com o objetivo de evitar especulações nos preços, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, informou ao blog da Daniela Lima que o órgão está escrevendo um edital para comprar 1 milhão de toneladas de arroz.

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a afirmar à Empresa Brasil de Comunicação (EBC) que, se for o caso, o Brasil pode importar arroz para lidar com os prejuízos e assegurar um preço compatível com o bolso do brasileiro.

➡️As perdas no Rio Grande do Sul

Ainda não se tem um levantamento oficial da quantidade de arroz que foi perdida nas enchentes, até porque muitos locais estão inundados. O que se tem são estimativas com base na área plantada das áreas atingidas.

Antes da tragédia, o Rio Grande do Sul já tinha colhido 80% da sua safra, mas estima-se que 100 mil dos 180 mil hectares que faltavam estão debaixo d’água, colocando em risco uma produção de 810 mil toneladas, calcula Evandro Oliveira, consultor do Safras & Mercado.

As perdas estão concentradas em municípios produtores da região Central do estado, como Cachoeira do SulSão SepéEncruzilhada do SulSanta MariaSão Pedro do Sul e Santa Cruz do Sul. É justamente nesses locais que o arroz foi plantado mais tarde, destaca Evandro.

As enchentes não atingiram somente as plantações. Alguns silos – estruturas de armazenagem – também foram atingidos pela água, segundo a Abiarroz e o Ministério da Agricultura, que se reuniu com representantes da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul).

“A previsão era de que o Brasil colhesse 10,6 milhões de toneladas de arroz. Agora, esse montante não deve passar de 10 milhões”, ressalta Andressa Silva, da associação das indústrias.

O consumo anual de arroz no Brasil chega a 10,5 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ou seja, o país consome praticamente tudo o que produz.

?O mercado já previa problemas na oferta de arroz neste ano. Primeiro porque a temporada começou com os menores estoques do grão em quase duas décadas, diz o consultor do Safras.

Segundo porque o plantio, que acontece em setembro, atrasou por causa de enchentes anteriores, que atingiram o RS naquele período, afirma Andressa. Meses depois, durante a colheita, mais chuvas e ventos fortes dificultaram os trabalhos nas lavouras.

“E agora, por fim, o El Niño deu o seu último golpe antes de se despedir”, pontua Oliveira.

➡️ O preço do arroz vai aumentar?

Segundo o consultor do Safras & Mercado, a redução na oferta do produto pode provocar um aumento de preços ao consumidor nos próximos meses.

“No mercado de arroz, a gente tem uma transmissão gradual até chegar nas prateleiras. Os preços [ao produtor] começaram a cair em janeiro, tiveram uma boa queda em fevereiro até meados de março, e a gente só foi sentir algum alívio nas prateleiras no mês de abril”, diz Evandro.

André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV Ibre, também vê tendência de alta no preço do arroz nas próximas semanas, tendo em vista o protagonismo do estado do RS na produção do cereal. “Ainda é cedo para calcular o tamanho do prejuízo, mas ele vai ser grande”, diz.

Andressa Silva, da Abiarroz, diz que a saca de 50 kg estava sendo vendida por R$ 110 no Rio Grande do Sul antes da chuva histórica e que, nesta semana, a cotação já subiu para R$ 150.

Oliveira pondera que, caso o Brasil consiga suprir as perdas na produção por meio da importação, a situação de preço pode se equilibrar.

➡️Por que a Tailândia?

O Brasil importa arroz da Tailândia em casos de emergência, como já ocorreu na pandemia, conta Andressa, da Abiarroz.

Os maiores vendedores de arroz para as empresas brasileiras são a Argentina, Paraguai e Uruguai, parceiros do Brasil no Mercosul.

“A escolha da Tailândia se deu por causa do preço e da qualidade”, diz Andressa, acrescentando que as sacas foram negociadas por volta de R$ 115 com o país asiático.

Já o preço oferecido pelos produtores do Mercosul foi um pouco mais elevado, em torno de R$ 125.

Segundo Oliveira, do Safras, o Brasil já trouxe arroz dos parceiros do Mercosul no início deste ano, mas países como o Uruguai e Paraguai também sofreram com os efeitos do El Niño e, por isso, estão segurando as exportações para garantir o abastecimento interno.

A Argentina, por outro lado, conseguiu recuperar a sua produção depois de ter tido perdas com a seca provocada pelo La Niña. Portanto, o país segue como uma opção na importação.

Fonte: G1

  • março 27, 2024
Campos salta da 6ª para a 3ª posição em Índice de Dinâmica Econômica Local

Campos saltou da 6ª para a 3ª posição no Índice de Dinâmica Econômica Local (Indel) correspondente à movimentação de 2022. Os números foram divulgados nessa terça-feira (26) pelo Núcleo de Pesquisa Econômica do Rio de Janeiro (Nuperj/Uenf).

A evolução do município foi de 19,8%, em decorrência da evolução do investimento público, da movimentação bancária e da redução do nível de vulnerabilidade social — o melhor do Norte Fluminense, ao lado de São Francisco de Itabapoana. Com isso, o índice médio chegou a 0,8749, que levou Campos a ocupar um padrão considerado de alta dinâmica econômica, mais um reflexo dos investimentos em políticas públicas no município.

Segundo o diretor de Indicadores Econômicos e Sociais da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ranulfo Vidigal, há três fatores principais a se analisar. O primeiro é a estabilização fiscal e financeira da Prefeitura de Campos, que, no governo Wladimir Garotinho, colocou as contas em dia. O segundo fator é a prioridade do governo ao investimento na área social, por meio de iniciativas como a reativação do Restaurante do Povo e a criação do programa de renda mínima Cartão Goitacá, que já beneficia 20 mil famílias com R$ 200 mensais.

“Outro fator que contribuiu com o bom desempenho de Campos no Indel foi o acerto nas parcerias com o governo estadual, que vem garantindo investimentos em infraestrutura e saúde pública, possibilitando a recuperação de hospitais públicos estratégicos no atendimento à população”, observa Ranulfo.

O Indel foi criado pelo Nuperj para corrigir distorções geradas pelos demais indicadores, que muitas vezes não refletem a real situação econômica dos municípios. Segundo o professor e economista Alcimar Chagas, que coordena no núcleo, espera-se que o índice possa ajudar os municípios na formulação de políticas públicas. Alcimar destaca que a dinâmica regional melhorou em relação a 2021, em função do retorno da estabilidade na economia pós Covid-19.

Fonte: Prefeitura Municipal de Campos dos Goytacazes