O Rio Grande do Sul confirmou, nessa quinta (25/1), o registro de um caso importado de sarampo: o paciente é um menino de 3 anos que chegou do Paquistão no dia 27 de dezembro de 2023. De acordo com o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), a criança não estava vacinada.
Esse é o primeiro caso de sarampo confirmado no país desde junho de 2022, e o primeiro do estado desde abril de 2020. Ele acende um alerta sobre a importância da vacinação contra a doença. Reino Unido, Estados Unidos, México e Portugal emitiram alertas sobre a preocupação com o aumento de casos nas últimas semanas.O menino chegou ao Brasil por São Paulo em 26 de dezembro e viajou para o Rio Grande do Sul no dia seguinte. Nesse período, ele ainda não estava transmitindo a doença. A família procurou atendimento médico em 2 de janeiro, após a criança apresentar dor abdominal e febre.
Ele foi hospitalizado e permaneceu em isolamento até o dia 15. Exames de sorologia do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) do Rio Grande do Sul e de biologia molecular da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, confirmaram a infecção por sarampo. A criança passa bem e os familiares não apresentaram sintomas.De acordo com o Cevs, o município monitora atendimentos de pacientes com febre, erupção cutânea, tosse, coriza ou conjuntivite sem identificação de caso suspeito.
Vacinação contra sarampo
O sarampo é uma doença infecciosa extremamente contagiosa e especialmente grave em crianças menores de 5 anos e pessoas imunodeprimidas. O vírus é transmitido ao tossir, espirrar ou falar.A doença pode ser prevenida com a vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), aplicada em duas doses aos 12 e 15 meses de idade. A vacina está disponível nos postos de vacinação para todas as pessoas com idades entre 1 e 59 anos.A meta de cobertura vacinal do Ministério da Saúde é de 95% de indivíduos vacinados. Atualmente, 86,96% da população recebeu a primeira dose e apenas 62,95% receberam a segunda.
“É um momento de atenção e de enfatizar a preocupação com o sarampo, que é uma doença muito infecciosa”, afirma a pediatra Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).Segundo Mônica, os pais devem entender que apenas uma dose não é suficiente para proteger as crianças. “A dose zero ainda tem muita interferência com os anticorpos da mãe, por isso é fundamental completar o esquema vacinal”, alerta.Os adultos que perderam o cartão de vacinação e não sabem se tomaram as duas doses podem receber uma nova vacina sem prejuízos à saúde.
Fonte: Jornal Metrópoles