Os ventos favoráveis estão soprando no litoral do Rio de Janeiro. Na última sexta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei que regulamenta a instalação de sistemas para geração de energia eólica offshore (em alto-mar), um assunto que desperta grande interesse no estado, devido ao grande número de projetos em fase de licenciamento.
A nova legislação permite o avanço de iniciativas em áreas como o mar territorial (faixa de 12 milhas náuticas a partir da costa), a plataforma continental (que se estende até 200 milhas náuticas) e a zona econômica exclusiva (que abrange de 12 a 200 milhas náuticas), estabelecendo diretrizes para autorização, concessão e exploração.
Atualmente, o Ibama analisa 16 projetos de energia eólica offshore no estado, com uma capacidade total de 38,6 GW e a instalação de 2.491 aerogeradores. O maior deles é o complexo eólico Ventos do Atlântico, que será instalado no litoral de Campos dos Goytacazes, a 39 km da costa do Farol de São Thomé, e terá 371 aerogeradores com uma potência de 5 GW.
Outros projetos estão sendo planejados para a região do Porto do Açu, em São João da Barra. Um exemplo é o Complexo Eólico Marinho Ventos do Açu, com 144 aerogeradores e uma potência de até 2,16 GW.
De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), a nova legislação ajudará o Brasil a cumprir seus compromissos climáticos assumidos na COP 28 e contribuirá para o impulso da industrialização verde no país. A energia eólica também auxiliará nos esforços globais de descarbonização, com foco na exportação de hidrogênio verde e outros produtos sustentáveis.
No entanto, a operação dos primeiros parques eólicos offshore no Brasil só deve acontecer a partir da próxima década, já que o ciclo de desenvolvimento de projetos desse porte pode variar de sete a dez anos.
Fonte: Coluna Mauro Silva / Jornal O Dia