No Rio de Janeiro, a sexta-feira (13) foi de muita apreensão de autoridades e moradores.

Os focos de incêndio se multiplicam rapidamente no estado do Rio de Janeiro. Apenas na quinta-feira (12), foram 460 novos pontos de queimadas – recorde em 2024. Esse ano, os bombeiros registraram mais de 16 mil ocorrências relacionadas a incêndios florestais.

Em Niterói, na Região Metropolitana, as chamas no Morro das Andorinhas assustaram os moradores. O fogo chegou perto das casas.

“A noite foi de terror, porque da minha varanda via labaredas de fogo”, conta a doméstica Edivania Ramos da Silva.

A maior parte da Região Metropolitana do Rio está encoberta por uma fumaça espessa causada por queimada. Uma dessas queimadas ocorre próximo do Mirante Dona Marta, entre os bairros de Laranjeiras e Botafogo, no Parque Nacional da Tijuca. Perto dali, em Copacabana, o fogo destruiu parte da mata na comunidade da Ladeira dos Tabajaras. Bombeiros tiveram trabalho para chegar ao alto do morro.

Labaredas se espalharam nesta sexta-feira (13) na maior floresta urbana do país, o Parque Estadual da Pedra Branca, na Zona Oeste da cidade. E moradores de Realengo usaram baldes para impedir o avanço do fogo. Bombeiros também foram acionados em regiões turísticas da cidade, perto da Prainha, de Grumari e da Pedra da Gávea.

Na Região Serrana do Rio, há focos de incêndio espalhados por Nova Friburgo, Secretário, em Petrópolis, e no Parque Nacional da Serra dos Órgãos.

Em Valença, no sul do estado, as chamas ainda estão fora de controle no Parque da Serra da Concórdia e na Serra da Beleza.

“Se alastrou para lá, se alastrou para cá… E você só via só via os bichos fugindo, tentando sobreviver”, conta a empresária Rita de Cássia Ribeiro Janikus.

Bombeiros atuam com apoio de helicópteros e improvisaram, usando água de uma piscina.

O Rio de Janeiro enfrenta uma onda de calor no fim do inverno, com baixa umidade. A capital do estado teve o sexto dia seguido com temperaturas acima de 36º C. Segundo os bombeiros, em pelo menos 95% dos casos, o fogo é causado pela ação humana. O governo do estado criou um gabinete de crise.

O superintendente do Ibama no Rio de Janeiro criticou a estrutura para prevenção e combate às queimadas por parte de todos os níveis de governo.

“Nós, de fato, não estamos preparados para dar o atendimento adequado. Falta pessoal, falta equipamento. É importante que no âmbito estadual, os guarda-parques sejam recontratados e novos equipamentos adquiridos para que se faça um combate ainda maior nas unidades de conservação estaduais”, afirma Rogério Rocco.

O Corpo de Bombeiros do Rio disse que reforçou equipes com escalas extras; que três helicópteros dão apoio às operações; e que o estado investiu R$ 115 milhões em equipamentos e estrutura de combate a incêndios florestais.

Fonte: G1