Após a polêmica envolvendo o uso dos termos “cis” e “trans” no depoimento de Bolsonaro à Polícia Federal (PF), o deputado Gilvan Costa, que é agente da PF licenciado, quer barrar a menção a essas terminologias no questionário que passou a ser adotado neste ano pela corporação na coleta de depoimentos. O parlamentar apresentará um projeto de decreto legislativo com objetivo de sustar a iniciativa do governo.

O uso das classificações cisgênero e transgênero visa a uma adequação às políticas públicas adotadas pela administração de Lula em relação à temática LGBTQIA+. Porém, na visão do parlamentar, conhecido como “Gilvan da Federal”, a medida revelaria uma tentativa de Lula de “doutrinar” a PF.

“Não é possível que uma instituição tão respeitada no combate a organizações criminosas passe por essa situação. Se alguém for transgênero, que se identifique na hora. Não há problema algum.”

“Contudo, perguntar indiscriminadamente a qualquer depoente se ele é cisgênero ou transgênero, se é heterossexual ou homossexual… Isso é doutrinação. É algo ideológico e doutrinário. Não tem embasamento legal e causa constrangimento”, afirma o deputado.O deputado busca apoio de outros parlamentares para que o projeto tramite com celeridade na Câmara.

Desde janeiro, o governo também passou a usar o termo “todes” em cerimônias oficiais. A expressão é adaptada como espécie de “pronome neutro” para se referir a quem não se identifica nem com o gênero masculino nem com o feminino.

Fonte: Jornal Metrópoles