Em paralelo à epidemia de dengue, estão crescendo as infecções causadas pelo coronavírus no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, a doença tem registrado média de 30 mil novos casos a cada semana desde o início do ano.

De acordo com infectologistas ouvidos pelo Metrópoles, também estão se tornando mais comuns situações nas quais os pacientes enfrentam quadros de Covid e dengue combinados. A infecção simultânea pelos dois vírus pode potencializar os sintomas do paciente e, caso não seja corretamente diagnosticada, há risco de uma das doenças mascarar a outra, permitindo seu avanço.

Covid e dengue juntas

Covid e dengue têm alguns sintomas em comum: febre, diarreia, dor de cabeça e dor no corpo. No entanto, na Covid ocorrem sintomas respiratórios, como falta de ar e tosse. Na dengue, por sua vez, há manchas vermelhas no corpo e dor atrás dos olhos.

Quando dengue e Covid ocorrem juntas, os sintomas podem ser potencializados, especialmente mal-estar e fadiga. A sobreposição dos vírus também pode resultar em desfechos mais graves, pois as defesas do corpo são mais exigidas.

“Está cada vez mais comum encontrar pacientes com as duas doenças juntas”, diz Werciley Júnior, coordenador de Infectologia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília. “Nas últimas semanas, estamos vivendo aumento de ambas e isso tem aumentado a quantidade de pessoas com o azar de ter os dois vírus ao mesmo tempo”, completa o especialista.

O fenômeno também já foi notado pelo infectologista Rafael Moreira, da Kora Saúde, em São Paulo: “Em um contexto de aumento de casos de ambas as doenças, como nós estamos vivendo, uma delas pode inclusive abrir a porta para outra. Uma doença exige muito do organismo, enfraquecendo a imunidade e aumentando chances de outras doenças”, diz.A combinação de sintomas aumenta a procura por assistência médica. “As dores musculares da dengue combinadas com a dificuldade respiratória da Covid geram um senso de urgência nos pacientes e temos visto um aumento exponencial de pessoas indo ao hospitais com quadros assim”, aponta Moreira.

Prevenção e vacinas

Os médicos alertam a população para as medidas preventivas existentes, especialmente a vacinação. “A sociedade é orientada a combater focos de água parada e, ainda assim, descuida. Na Covid, há resistência em completar o esquema vacinal mínimo. São comportamentos que precisam ser repensados”, afirma Werciley.

Fonte: Jornal Metrópoles