Amarelinha, pega-pega, queimada, esconde-esconde… A nostalgia nos envolve ao lembrar da simplicidade das brincadeiras de antigamente. Este sentimento ganha ainda mais força quando observamos como as crianças estão cada vez mais conectadas à tecnologia.
No livro “Geração do Quarto”, o neuropsicólogo e educador Hugo Monteiro realizou uma investigação que ajuda a entender a relação intensa dos jovens com a internet. Muitas vezes eles são solitários, com dificuldade para expressar o que sentem e com grande potencial de violência contra si ou contra o outro. Cresce a preocupação de pais com uma geração angustiada, depressiva, fechada em seu quarto e que passa muito tempo no mundo das telas e redes sociais.
Para discutir o tema, o governo federal lançou uma consulta pública sobre o uso consciente de telas e dispositivos digitais por crianças e adolescentes. A ideia é elaborar um “guia de boas práticas” contra o adoecimento mental de crianças e jovens.
Quais são os perigos do uso excessivo de telas? Quais dicas para evitar os malefícios? E como colocar em prática? O que é mais difícil? Como pais e crianças se comportam? Qual o balanço desse debate?
Na nossa roda de conversa, Giuliana Girardi recebe o Dr. Daniel Becker, pediatra e mestre em saúde pública pela Fiocruz, e o neuropsicólogo Hugo Monteiro Ferreira para um bate-papo que fala sobre os impactos do uso excessivo de telas em crianças e adolescentes.
Hugo Monteiro falou sobre o impacto das telas, como celulares, tablets e computadores, especialmente durante o desenvolvimento.
“Você tem nas telas uma oferta muito grande de coisas que você não vai conseguir alcançar na sua vida cotidiana, no seu real físico. Você tem um estímulo muito grande de imagens. Você tem um estímulo muito grande de tentar alcançar o extraordinário de você ser aquela pessoa que você está vendo ali. Então é muito angustiante para alguém que está em desenvolvimento se perceber ordinário no mundo, que exige de você ser extraordinário, que você tem que ser aquele menino magnífico que está na tela”, diz Hugo Monteiro.
Daniel Becker falou sobre a importância da atenção e cuidado com o desenvolvimento saudavel, também dentro de casa.
“Antigamente a gente achava que a criança ou adolescente, chegava em casa e agora está seguro. Mas agora o quarto, é possível capturar adolescentes, sequestrar adolescentes, escravizar, criar golpes que possam inclusive gerar riscos sérios para toda a família”, disse
Fonte: G1