A equipe da Seção de Anatomia dos Animais Domésticos, do laboratório de Morfologia e Patologia Animal/CCTA/UENF, recebeu no dia 17 de novembro de 2024 um prêmio da Sociedade Brasileira de Anatomia Humana durante o XXX Congresso Brasileiro de Anatomia.

O prêmio, na categoria Pôster – Ensino em Morfologia/Técnicas Anatômicas, Histológicas e Embriológicas, foi concedido ao projeto “Método de preparação de peças anatômicas utilizando injeção de ar e espuma expansiva”.

Orientado pela professora Ana Bárbara Freitas Rodrigues Godinho, o projeto tem como autores Daniel Haddad Barcellos, Naíne Guimarães da Silva, Gabriela Viana Castilho Bichara e Gustavo Silva de Souza.

— Esta premiação é um reconhecimento dentro do campo de estudo anatômico em nível nacional e internacional. Ficamos muito contentes por conquistar esse prêmio na categoria de técnicas anatômicas. Precisamos disso: não só incentivar os alunos, mas também melhorar nossa interação com eles, utilizando métodos inovadores. Estamos buscando fugir da abordagem tradicional de ensino da anatomia, com peças anatômicas em cima da mesa, sem uma visão tridimensional. Assim, procuramos investir em novas metodologias alternativas para o ensino de anatomia — afirmou a professora Ana Bárbara.

Ensino de anatomia acessível a todos

A premiação, chamada Professor Hercílio Pedro da Luz, é destinada a trabalhos que envolvem a implementação de técnicas anatômicas alternativas, especialmente aquelas que substituem o uso de formol.

Além disso, o projeto da equipe do Laboratório de Anatomia dos Animais Domésticos visa produzir material didático que possa ser usado tanto nas aulas práticas quanto em pesquisas e mostras de extensão, com o objetivo de tornar a anatomia mais acessível a todos.

Segundo a professora Ana Bárbara, o diferencial do projeto é a representação de uma peça in natura — uma peça fiel à original, com todas as características necessárias para o estudo morfológico.

— A peça é preparada pela equipe para preservar a morfologia do intestino, utilizando um método alternativo. No projeto, trabalhamos com o trato gastrointestinal de cães, especialmente o intestino delgado e grosso — explicou a professora.

Método de preparo

Conforme a professora Ana Bárbara, durante a necropsia, o material retirado do animal é processado, fixado em formol e, em seguida, é aplicada uma técnica de secagem com injeção de ar.

— Para secar esse material, realizamos uma preparação que permite que o lúmen fique preenchido de ar. Depois, após a secagem completa do intestino, o material é preenchido com espuma de poliuretano, comumente usada na construção civil. A ideia é preservar a topografia e a morfologia do intestino. A peça se torna resistente e pode ser utilizada por um longo período, dependendo das condições de conservação. Ela serve como modelo anatômico, podendo ser reutilizada em várias aulas, sendo uma peça extraída de um animal durante a necropsia — concluiu.

Fonte: uenf.br